Luciana Couto e Silva1; André Cesar Pessanha1; Daniela Terumi Saito1; Isabella Cardoso da Mota1; Denise Steiner2
Introdução: O câncer de pele é o tipo mais comum de câncer no mundo. Divide-se em melanoma, representando 4% dos casos, e não melanoma: carcinomas basocelular (CBC), 70 a 80%, e espinocelular (CEC) 25% dos casos. A Sociedade Brasileira de Dermatologia realiza anualmente a Campanha Nacional de Combate ao Câncer da Pele, visando ao diagnóstico e ao tratamento precoce da neoplasia.
Objetivo: Demonstrar a incidência de lesões cutâneas suspeitas de neoplasia em pacientes selecionados pela Campanha de Prevenção do Câncer da Pele em 2016, em um serviço universitário de dermatologia no interior de São Paulo.
Métodos: Foram examinados 230 pacientes e selecionados 24, dos quais 22 foram submetidos a biópsia de lesões suspeitas.
Resultados: Foram comprovados por exame anatomopatológico 16 casos de CBC, um de CEC e um de melanoma.
Conclusões: Concluiu-se que, apesar de a amostra ser pequena, os resultados encontrados são compatíveis com os da literatura revisada. Há grande importância na realização da campanha como forma de acesso mais rápido da população ao médico dermatologista, com consequente diagnóstico e tratamento precoces das neoplasias de pele.
Keywords: melanoma; carcinoma basocelular; neoplasias cutâneas; carcinoma de células escamosas; promoção da saúde
O câncer da pele é a neoplasia mais comum no mundo. No Brasil, corresponde a 25% de todos os tumores malignos registrados.1A exposição solar excessiva e sem proteção é de grande importância em sua gênese. Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) os maiores registros de câncer da pele concentram-se nas regiões Sul e Sudeste, sendo os maiores índices em Santa Catarina e Rio Grande do Sul.2 Subdividem-se essas neoplasias em tipos melanoma e não melanoma, denominando se estes últimos carcinomas basocelular (CBC) e espinocelular (CEC). A taxa de cura pode chegar a 95% quando detectados e tratados precocemente.1,3 A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) realiza anualmente a Campanha Nacional de Combate ao Câncer da Pele, tendo como foco a orientação sobre a prevenção, o exame da pele e o diagnóstico precoce da neoplasia.3 Investigou-se o perfil epidemiológico dos pacientes atendidos em campanha de combate ao câncer de pele, em centro universitário dermatológico numa cidade do interior de São Paulo, reforçando-se a importância da orientação à população para diagnóstico e tratamento precoces.
Estudo epidemiológico descritivo, em que foram examinados 230 pacientes que compareceram ao posto da Campanha de Prevenção do Câncer da Pele, consistindo o atendimento em exame clínico dermatológico minucioso e análise dermatoscópica das lesões suspeitas. Foram selecionados 34 pacientes, dos quais 22 foram submetidos a biópsia das lesões suspeitas de neoplasia, sendo dois encaminhados para seguimento por mapeamento corporal e outros dez pacientes direcionados para tratamento de lesões pré-malignas em ambulatório específico do próprio serviço.
Dos pacientes submetidos a biópsia, 12 eram homens e dez mulheres, com média de idade de 70,4 anos. Foram realizadas biópsias incisionais na maioria dos pacientes, tendo sido encaminhadas mais de uma peça para avaliação anatomopatológica de alguns pacientes. Após análise histopatológica, foram diagnosticados 14 casos de CBC, dois casos de CEC, dois de nevos intradérmicos, quatro de queratoses actínicas hipertróficas e um de melanoma (Tabela 1). Com base nos resultados, observamos maior incidência de neoplasia na faixa etária 71-80 anos, com prevalência do CBC, compatível com a literatura revisada. Os casos de CEC e melanoma foram diagnosticados em pacientes do sexo masculino. Em nossa amostra, a maioria das lesões estava em regiões expostas ao sol, como região malar, dorso nasal e supralabial.
O câncer da pele é a neoplasia mais comum no mundo. O melanoma representa apenas 4% dos tumores malignos em pele, sendo bastante agressivo, pois tem alto poder invasivo e metastático. O tipo não melanoma, por sua vez, apresenta alta incidência, mas baixa mortalidade, com altos índices de cura, principalmente quando diagnosticado precocemente. O CBC é o tumor maligno mais comum da pele, representando entre 70 e 80% dos diagnósticos e ocorrendo quase exclusivamente em áreas expostas continuamente à radiação solar. O CEC pode ocorrer em áreas do corpo expostas à radiação solar de forma intermitente, representando 25% dos casos.1,4,5 As campanhas de combate ao câncer da pele, realizadas anualmente pela SBD em seus serviços credenciados, buscam aumentar o diagnóstico precoce da doença e assim as chances de cura.2 O estudo descrito demonstrou que, apesar do reduzido tamanho da amostra, os resultados encontrados são compatíveis com os da literatura revisada. Conclui-se que há ainda procura tardia da população para diagnóstico, demostrando grande importância na realização das campanhas como forma de acesso mais rápido da população ao médico dermatologista, e assim diagnóstico e tratamento precoces das neoplasias de pele.
André Cesar Pessanha:
Projeto da pesquisa, orientação e revisão final
Luciana Couto e Silva:
Elaboração, anotação dos resultados e redação do artigo
Daniela Terumi Saito:
Elaboração, anotação dos resultados e redação do artigo
Isabella Cardoso da Mota:
Elaboração, anotação dos resultados e redação do artigo
Denise Steiner:
revisão final do artigo
1. Moraes CO, Beltrão ES, Fernandes AA, Castelo LN, Rocha DAP. Skin cancer prevention – self examination as strategy acessible to everybody. Rev Extendere. 2016; 4(1):63-75
2. Clavico LS, Trindade GS, Rodrigues O, Trindade RAR. Prevention Campaign Against Skin Cancer in Rio Grande, Brazil: An Epidemiological Profile. Saúde e Pesquisa. 2015; 8(1):113-23
3. Zink BS. Skin cancer: the importance of diagnosis, treatment and prevention. Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2014;13(Supl. 1):76-83;
4. Iranzo CC, Rúbia-Orti JE, Castillo SS, Canhoto JF. Malignant and premalignant skin lesions: knowledge, habits and sun protection campaigns. Acta Paul Enferm. 2015; 28(1):1-6;
5. Chinem VP, Miot HA. Epidemiology of basal cell carcinoma. An Bras Dermatol. 2011;86(2):292-305.
Trabalho realizado na Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) - Mogi das Cruzes (SP), Brasil.