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Anticoagulantes na prática cirúrgica dermatológica

Ivander Bastazini Junior1; Marina Carrara Camillo Barbosa2

DOI: https://doi.org/10.5935/scd1984-8773.20201233659

Data de recebimento: 27/07/2020
Data de aprovação: 29/05/2020

Suporte Financeiro: Nenhum.
Conflito de Interesses: Nenhum

Trabalho realizado no Instituto Lauro de Souza Lima, Bauru, São Paulo, (SP), Brasil.


Abstract

INTRODUÇÃO: Nas últimas décadas, o uso de anticoagulantes vem se tornando mais frequente na população e em faixas etárias mais jovens.
OBJETIVO: O objetivo desse artigo é abordar o risco das medicações anticoagulantes mais utilizadas em cirurgia dermatológica.
MÉTODOS: Foi realizada revisão das medicações anticoagulantes mais utilizadas.
RESULTADOS: A consulta pré-cirúrgica realizada adequadamente, com ênfase ao histórico clínico do paciente (incluindo função renal nos casos de uso dos novos anticoagulantes orais), a localização anatômica abordada e a exata programação do tratamento cirúrgico são essenciais para um desfecho adequado.
CONCLUSÕES: A utilização de medicações anticoagulantes é cada vez mais frequente na prática médica. Em pacientes recebendo medicações anticoagulantes é essencial a estrita adesão às boas práticas cirúrgicas, com especial atenção à hemostasia adequada do campo cirúrgico, aos curativos adequados e compressivos e aos cuidados pós-operatórios, sendo o paciente devidamente informado sobre os maiores riscos aos quais está sujeito.


Keywords: Anticoagulantes; Centro cirúrgico hospitalar; Dermatologia


INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas, o uso de anticoagulantes vem se tornando mais frequente na população e em faixas etárias mais jovens. Tal grupo medicamentoso, que inicialmente se limitava aos inibidores de vitamina K e ao ácido acetilsalicílico (AAS), cresceu com a introdução de novos antiagregantes plaquetários e dos novos anticoagulantes orais (NOAC). Essas novas medicações possuem perfil farmacológico e interações medicamentosas próprios e muito diferentes de suas predecessoras. A literatura dermatológica sobre o impacto dos anticoagulantes nos procedimentos cirúrgicos realizados pelos dermatologistas é escassa e os “guidelines” internacionais sobre anticoagulação são pouco específicos, considerando todos os procedimentos como de baixo risco de sangramento, o que, no final, pode acarretar condutas inadequadas frente a intervenções mais invasivas realizadas pelo cirurgião dermatológico. O objetivo desse artigo é proporcionar uma revisão das medicações anticoagulantes mais utilizadas e seus riscos para as cirurgias dermatológicas.

Warfarina

Inibidor da vitamina K epóxi-redutase. Tem início de ação em 90 minutos e meia-vida de 36 a 42 horas1 (Tabela 1). Foi um dos anticoagulantes mais utilizados por décadas, mas, devido à estreita janela terapêutica e à volatilidade do INR, estudos recentes demonstram que apenas 61% dos pacientes em tratamento mantinham-se no alvo terapêutico desejado.2,3 Devido à sua intensa ligação proteica e metabolismo pelo citocromo P2C9, muitos medicamentos e suplementos interferem na sua ação. O seu efeito pode ser revertido com administração de vitamina K ou plasma fresco congelado.

Eventos hemorrágicos são o mais frequente efeito adverso, e sua ocorrência está estreitamente ligada aos valores de INR, principalmente se maior que.4,5 Estudos prévios sugerem que cirurgias dermatológicas podem ser realizadas com menor risco de complicações hemorrágicas em pacientes em uso de warfarina, desde que o valor de INR seja menor que3,5 (Tabela 2), com especial atenção à hemostasia intraoperatória.4 Outros dois estudos que avaliavam pacientes submetidos a cirurgias de baixo índice de sangramento em uso de warfarina encontraram um risco de sangramento variando de 2,28 a 2,5%.5,6

Por muitos anos, preconizou-se no pré-operatório a suspensão da warfarina e a utilização de terapias de ponte com heparina. Atualmente, a literatura recomenda fortemente a não utilização dessas substituições para cirurgias dermatológicas devido ao aumento do risco de sangramento (9,6% x 2,5% mantendo-se warfarina) e de fenômenos tromboembólicos.6,7

Ácido acetilsalicílico

Inibidor irreversível da cicloxigenase,1 o que inibe a produção de tromboxano A2 pelas plaquetas, promovendo agregação plaquetária, vasoconstrição e mais ativação plaquetária.8 Tem rápido início de ação (30-40 minutos) e meia-vida curta (três horas) (Tabela 1). O efeito é reversível apenas após a renovação plaquetária. Embora alguns autores tenham descrito aumento do risco de sangramento pós-operatório com uso de AAS9, outros encontraram risco discreto (1,42%)6 ou não encontraram aumento de sangramento em uso de ácido acetilsalicílico e outros anti-inflamatórios não hormonais.5,10

Clopidogrel

Inibidor irreversível do receptor adenosina difosfato P2Y12 da plaqueta, o qual é ativado após injúrias vasculares ou rupturas de placas. Início de ação em duas horas e meia-vida de seis horas.

Drogas metabolizadas pela via do citocromo P450 interferem no metabolismo do clopidogrel diminuindo a atividade antiplaquetária (ex: inibidores da bomba de prótons).

Alguns autores descrevem 28 vezes mais risco de sangramento severo em pacientes utilizando clopidogrel comparado aos não anticoagulados e seis vezes mais risco em relação a pacientes em uso de ácido acetilsalicílico.9 Estudos comparando a associação de clopidogrel com outros antiagregantes plaquetários (AAS) encontraram aumento de oito vezes no risco de complicações severas de sangramento, comparado à monoterapia.8 Já Koenen et al, em um estudo multicêntrico prospectivo com 9.154 procedimentos cirúrgicos, encontraram risco de sangramento de 3,57% em indivíduos tomando dois anticoagulantes (AAS e clopidogrel); 2,13% para AAS e cumarínicos; e 1,32% para a associação entre AAS e heparina, sendo de 0,55% o risco de complicações hemorrágicas naqueles não anticoagulados.11

Ticagrelor

Inibidor do receptor P2Y12 com início de ação (15-30 minutos) e recuperação da função plaquetária (72 horas) mais rápidos do que com o clopidogrel. Entretanto, alguns estudos sugerem maior risco de eventos hemorrágicos (sistema nervoso central e trato gastrointestinal). Meia-vida de seis-oito horas8 (Tabela 1).

Prasugrel

Outro inibidor irreversível do receptor plaquetário P2Y12, também com ação mais rápida que o clopidogrel. Início de ação em 15-30 minutos e meia-vida de duas-15 horas (Tabela 1). Seu efeito antiplaquetário máximo ocorre em 48 horas, e a recuperação ocorre gradualmente após dois dias de suspensão da medicação.8

Dipiridamol

Inibidor da fosfodiesterase, usado como vasodilatador coronariano. Tem efeito antiplaquetário por diminuição da agregação plaquetária e vasodilatação. Como agente único, não aumenta o risco de sangramento.8

 

NOVOS ANTICOAGULANTES ORAIS

Rivaroxaban

Inibidor direto do Fator Xa, bloqueando reversivelmente a conversão de protrombina em trombina.12 Início de ação entre duas a quatro horas; meia-vida de cinco-12 horas (Tabela 1), sendo sua eliminação principalmente renal.8

Devido a características farmacodinâmicas e farmacocinéticas previsíveis, é administrado em doses fixas e não necessita de controle rotineiro.8 Não existem exames laboratoriais específicos para monitorização, mas, em situações de emergência, o TTPA (tempo de tromboplastina parcial ativada) e principalmente o TP (tempo de protrombina) prolongados podem ser usados qualitativamente para avaliação dos inibidores do Fator Xa.1

Sofrem metabolização hepática pelas vias dos citocromos CYP3A4/5 e CYP2J2, o que revela importantes interações medicamentosas. Os azóis, as ciclosporinas e as eritromicinas aumentam os efeitos anticoagulantes. Já a fenitoína e a rifampicina têm efeito inverso, diminuindo essa ação. Ainda, os inibidores da glicoproteína P(P-gp), devido à inibição competitiva do clearence renal, levam ao prolongamento e aumento da ação anticoagulante (verapamil, amiodarona e quinidinas).12

Não existe antídoto específico, mas a administração de concentrado de complexo de protrombina pode ser feita em situações de emergência.1 Dois novos agentes para reversão dos efeitos anticoagulantes estão sob investigação (andexanet alfa e ciraparantag), sendo que o primeiro já foi aprovado pela Food and Drug Administration (FDA) em maio de 2018.1,13,14

Apixaban

Inibidor direto reversível do Fator Xa, cujo mecanismo de ação é idêntico ao rivaroxaban e ao edoxaban.1,8 Tem absorção rápida (uma-três horas) e meia-vida de 10 a 15 horas (Tabela 1). Sua excreção é renal (25%) e biliar e sua metabolização pelo citocromo P 450/3A4 e pela via enzimática P-gp, portanto os inibidores dessas vias aumentam os níveis sanguíneos da medicação (interações similares ao rivaroxaban).1,8 Também não necessita de monitorização de rotina, e pacientes com disfunção renal e hepática leve ou moderada não necessitam de correção das doses. O andexanet alfa obteve autorização como agente reversor recentemente pela FDA.1,13

Edoxaban

O mais novo inibidor direto do Fator Xa.1,12 Possui mecanismo de ação idêntico aos outros inibidores do Fator Xa, mas é pouco metabolizado pelo citocromo P 450, diminuindo assim o risco de interações medicamentosas.1,12 Já medicamentos que são metabolizados pelas enzimas do sistema P-gp interferem na sua eficácia.

Dabigatran

É um inibidor direto da trombina por meio da inibição do fator IIa1, bloqueando reversivelmente a conversão de fibrinogênio em fibrina.1,8,12 Tem início de ação em duas-três horas e meia-vida de oito-17 horas (Tabela 1). É excretado pelos rins (80%) e, devido a isso, disfunções renais podem prolongar a sua meia-vida, sendo contraindicado em alterações renais severas (clearence de creatinina < 30ml/min).1,8,12 Apesar de não ser metabolizado pela via do citocromo P, inibidores da glicoproteína P (P-gp) podem elevar seus níveis plasmáticos.

Assim como os outros novos anticoagulantes orais, não é necessária monitorização de rotina, mas o TP (tempo de trombina) pode ser usado para inferir seu efeito.1 Em situações de emergência, a hemodiálise pode ser usada para reduzir a sua ação e mais recentemente o idarucizumab foi aprovado na Europa como agente reversor.1,15 O ciraparantag também tem sido sugerido para essa finalidade.14

 

ANTICOAGULANTES E ANTIPLAQUETÁRIOS NA PRÁTICA CIRÚRGICA

A utilização de medicações anticoagulantes é cada vez mais frequente na prática médica. Como consequência, o cirurgião dermatológico depara-se diariamente com a necessidade de procedimentos invasivos em pacientes utilizando uma dessas várias medicações. Nesse contexto, a anamnese pré-operatória cuidadosa, focada nas medicações diárias e principalmente nas indicações clínicas para tal uso, é essencial. A isso se soma mensurar o grau de complexidade do procedimento planejado junto ao seu risco de sangramento.

Existe grande controvérsia na literatura sobre o grau de complexidade de procedimentos cirúrgicos realizados pelo dermatologista, mas, de maneira geral, devemos considerar aqueles com grandes descolamentos e com grandes movimentações de tecido como procedimentos com maior risco de sangramento. A localização anatômica também está diretamente ligada a esse risco, com a incidência de complicações hemorrágicas no nariz sendo muito mais frequente que em outras áreas da região de cabeça e pescoço (21% x 6%).16

Não existem critérios específicos na literatura dermatológica sobre a definição de sangramento cirúrgico, com alguns autores considerando desde eventos leves como a necessidade de troca do curativo até eventos graves, variando desde revisão cirúrgica e necrose até transfusão sanguínea,11 o que pode explicar números muito diferentes e interpretações variadas. Em geral, é aceito que o risco de sangramento em cirurgias dermatológicas realizadas em pacientes que não estão em uso de qualquer medicação é baixo, sendo estimado em aproximadamente 1%.8,11,13

É demonstrado o maior risco de sangramento em pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos sob o uso de anticoagulantes.8,11 É descrito que a associação de dois ou mais agentes aumenta significativamente os eventos hemorrágicos.8,11,12 No entanto, é muito bem documentado o aumento do risco de eventos tromboembólicos associados à interrupção de medicações anticoagulantes.17,18,19 A magnitude de potenciais eventos que apresentam morbimortalidade elevada sobrepõe em muito o risco de complicações hemorrágicas no sítio cirúrgico para cirurgia dermatológica.

Portanto, a consulta pré-cirúrgica realizada adequadamente com ênfase ao histórico clínico do paciente (incluindo função renal nos casos de uso dos novos anticoagulantes orais), a localização anatômica abordada e a exata programação do tratamento cirúrgico são essenciais para um desfecho adequado. Sempre que viável, considerar reconstruções com o menor descolamento possível,18 principalmente para áreas complexas e com maior risco como a face. Nesse momento, as medicações usadas profilaticamente podem ser descontinuadas para procedimentos com maior potencial hemorrágico.

Em relação à warfarina, um estudo multicêntrico com 9.154 procedimentos cirúrgicos11 demonstrou o valor do INR como fator significativo para o risco de sangramento em análise multivariada. E na análise univariada encontrou que, com o INR < do que,1,3 o risco de sangramento foi de 0,46%; com o INR > do que,1,3 o risco de sangramento aumentava para 3,7% (p<0,0001).

Já Syed et al4 relatam risco de sangramento de 60% com INR > do que 3,5 e 27% para INR< do que 3,5. Entretanto, a retirada da warfarina aumenta o risco de tromboembolismo, além do estado de hipercoagulabilidade rebote observado quando a mesma é interrompida.8 Prática comum era a utilização de terapias-ponte com heparina em momentos de suspensão da warfarina, com extensa demonstração de aumento dos eventos hemorrágicos,6,8,20,21 sendo atualmente desaconselhada no âmbito da cirurgia dermatológica.22 Considera-se atualmente que o INR < do que 3 não contraindica a cirurgia dermatológica, mesmo aquelas com reconstruções mais complexas como retalhos ou enxertos.8,18,25 Se o INR apresentar-se > do que 3 sugere-se postergar a cirurgia até que o INR possa estar na margem de segurança.8,18

O uso do clopidogrel aumenta o risco de eventos hemorrágicos com dados variando de 2,86% até 9%.9 Com o ácido acetilsalicílico, o aumento do risco varia de 1,42% até 2-3%.8,9 Outros autores não encontraram aumento do risco de sangramento com uso de AAS comparado com os controles.5,10 Já o risco de eventos isquêmicos graves e até morte com a interrupção destas medicações é abundante.18,23 Portanto, atualmente, recomenda-se não interromper a medicação em pacientes sob monoterapia antiplaquetária,5,8,18 exceto para aqueles com indicação exclusivamente preventiva.8 Nesses casos, suspender sete a 10 dias antes da data cirúrgica. Em casos de combinação de dois antiagregantes e procedimentos com maior potencial de sangramento, avaliar a possibilidade de operar após o paciente estar em monoterapia.11 Não sendo possível, realiza-se o procedimento cirúrgico sem interromper as medicações.24

Quanto aos novos anticoagulantes orais, três considerações principais são necessárias na avaliação pré-cirúrgica: a extensão do procedimento cirúrgico, o risco de sangramento e a função renal do paciente. Considera-se o risco de sangramento similar ao da warfarina, e alguns guidelines, como o da European Heart Rhythm Association (EHRA), consideram desnecessária a interrupção para cirurgias superficiais em pacientes com função renal normal12,25 (Tabela 2). Já para cirurgias mais agressivas, devido à previsibilidade e às meias-vidas curtas, recomenda-se interromper a medicação 24 horas antes e não reiniciá-la antes de uma hora após o procedimento.11,24 Em pacientes com clearence de creatinina menor que 30ml/minuto o tempo de interrupção da medicação deverá ser mais prolongado.1

Em pacientes recebendo medicações anticoagulantes, é essencial a estrita adesão às boas práticas cirúrgicas com especial atenção à hemostasia adequada do campo cirúrgico, aos curativos adequados e compressivos e aos cuidados pós-operatórios, sendo o paciente devidamente informado sobre os maiores riscos aos quais está sujeito.

 

CONTRIBUIÇÃO DOS AUTORES:

Ivander Bastazini Junior | 0000-0003-0300-1263
Contribuição no artigo: Análise estatística; aprovação da versão final do manuscrito; concepção e planejamento do estudo; elaboração e redação do manuscrito; obtenção, análise e interpretação dos dados; participação efetiva na orientação da pesquisa; participação intelectual em conduta propedêutica e/ou terapêutica de casos estudados; revisão crítica da literatura; revisão crítica do manuscrito.

Marina Carrara Camillo Barbosa | 0000-0001-8906-0242
Contribuição no artigo: Análise estatística; aprovação da versão final do manuscrito; concepção e planejamento do estudo; elaboração e redação do manuscrito; obtenção, análise e interpretação dos dados; participação efetiva na orientação da pesquisa; revisão crítica da literatura; revisão crítica do manuscrito.

 

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