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Artigo de revisão

Laserlipólise: atualização e revisão da literatura

Sandra Tagliolatto1, Vanessa Barcellos Medeiros1, Oriete Gerin Leite1

Recebido em: 05/04/2012
Aprovado em: 02/05/2012

Trabalho realizado na clínica privada dos
autores - Campinas (SP), Brasil
Conflitos de interesse: Nenhum
Suporte financeiro: Nenhum

Abstract

A laserlipólise é modalidade terapêutica utilizada atualmente no tratamento da gordura localizada e retração cutânea. Demonstra vantagens na remoção da gordura em relação à lipoaspiração convencional, com menor tempo de recuperação pós-operatória e menores efeitos adversos. A aplicação do laser diretamente no tecido adiposo promove liquefação da gordura, coagulação de vasos sanguíneos e desnaturação do colágeno. O dano térmico induz neocolagênese e contração da pele. A segurança da técnica é bem documentada. Este estudo propõe-se a revisar a literatura sobre laserlipólise, assim como apresentar o estado atual dessa tecnologia.

Keywords: LASERS, LIPÓLISE, GORDURA SUBCUTÂNEA, COLÁGENO


INTRODUÇÃO

A laserlipólise é técnica utilizada há mais de uma década para o tratamento da gordura localizada e retração da pele, com remodelamento do contorno corporal. É um dos procedimentos mais realizados nos EUA para lipoescultura, empregada por cerca de 10% dos cirurgiões plásticos.1,2

Consiste na aplicação subcutânea do laser sob anestesia tumescente da região corporal tratada, com ou sem posterior aspiração da gordura derretida. Ao entrar em contato direto com o tecido subcutâneo, a energia liberada pelo laser causa danos irreversíveis aos adipócitos e dano térmico às fibras colágenas dérmicas, estimulando a neocolagênese e posterior efeito skin tightening.3

Vantagens em relação à lipoaspiração tradicional têm sido demonstradas, como menores tempo de recuperação, trauma cirúrgico, perda sanguínea, assim como menos dor, equimoses e edema pós-operatórios. A melhora da elasticidade e a retração da pele promovidas pela laserlipólise têm tornado essa técnica inteenerressante alternativa para definição do contorno corporal.4

Da mesma forma que a lipoaspiração tumescente, a laserlipólise pode ser realizada ambulatorialmente, mostrando elevadas taxas de satisfação dos pacientes e baixos índices de complicações. 5

O objetivo deste artigo é realizar a revisão da literatura atualizada sobre laserlipólise, bem como apresentar os diferentes comprimentos de onda e lasers utilizados, suas aplicações práticas e os resultados obtidos.

HISTÓRICO

Lipoaspiração e precursores

A introdução da lipoaspiração tumescente na década de 1990 trouxe menores índices de complicações em relação à lipoaspiração tradicional, sob anestesia geral. Vantagens foram adicionadas como menor risco de sangramento e de equimoses, e recuperação pós-operatória mais rápida, sem necessidade de internação hospitalar.6

A anestesia tumescente como descrita por Klein7 é solução tamponada que contém de 500 a 1.000mg de lidocaína, 1mg de epinefrina e 12,5ml de bicarbonato de sódio a 8,4% em um litro de solução salina. A presença da epinefrina, assim como o grande volume injetado, promove vasoconstrição local e diminui a perda sanguínea intraoperatória.8

Tierney e cols. publicaram estudo de revisão sobre a segurança da anestesia tumescente na lipoaspiração e na laserlipólise em 100.000 áreas corporais tratadas. Não houve complicações sistêmicas e o risco de complicações locais foi muito baixo.9

Em 1992, Zocchi introduziu o ultrassom à lipoaspiração tumescente. A aplicação interna de ultrassom previamente à aspiração visava à emulsificação da gordura. Técnica aprimorada desse mecanismo, o VASER (Vibration Amplification of Sound Energy at Resonance) permitia maior emulsificação da gordura com menos energia aplicada.4

Entretanto, efeitos colaterais como grandes seromas e danos aos nervos periféricos inibiram a disseminação dessa técnica. A lipoaspiração assistida por ultrassom ou lasers de baixa potência utilizados externamente não demonstrou evidência científica de melhores resultados e tem aplicação restrita.4,10

Laserlipólise – primeiros relatos da literatura

Apfelberg publicou entre 1992 e 1996 os primeiros estudos sobre laserlipólise utilizando o laser neodymiun yttrium aluminium garnet (Nd:YAG) dentro da cânula de lipossucção.11 Entretanto, não houve comprovação da superioridade em relação à lipoaspiração tumescente nesse primeiro momento.8

Em 2002, Goldman e cols. descreveram sua experiência em mais de 1.700 pacientes, evidenciando os efeitos da energia térmica liberada pela laserlipólise através do laser pulsado Nd:YAG de 1064nm. Esse laser utiliza fibra óptica de 300um de espessura contida no interior de uma microcânula de 1mm. Diferentemente dos trabalhos de Apfelberg, a fibra óptica foi exteriorizada cerca de 2mm na extremidade distal da cânula, entrando em contato direto com o tecido adiposo e pequenos vasos sanguíneos. Os autores foram os pioneiros em demonstrar os efeitos sobre o tecido adiposo, derme adjacente, vasculatura e glândulas écrinas e apócrinas.3

Na mesma época, Badin e cols. estudaram as alterações histológicas provocadas pelo laser e encontraram ruptura das membranas de adipócitos, vasos sanguíneos coagulados e fibras colágenas desnaturadas e em reorganização. Esses achados foram coincidentes com a resposta clínica de remoção da gordura localizada, menor sangramento intraoperatório, menos equimoses, assim como obtenção do efeito skin tightening.12

Em outubro de 2006, com maior embasamento científico, o FDA (Food and Drug Administration) norte-americano aprovou o primeiro laser (Nd:YAG de 1064nm) para a realização de laserlipólise, incisão, excisão, vaporização, ablação e coagulação em tecidos moles. Diversos estudos foram publicados a partir de então e colaboraram para maior entendimento da técnica e avanço tecnológico.

PRINCÍPIOS DA LASERLIPÓLISE

O mecanismo de ação da laserlipólise baseia-se no clássico princípio da fototermólise seletiva. O sistema interno de energia controlada é proposto a fim de atingir dois cromóforos: gordura e colágeno. A exposição do tecido-alvo diretamente ao laser resulta em termolipólise seletiva e termodesnaturação das fibras colágenas, mantendo-se a arquitetura septal, o que contribui para o aumento da retração cutânea.13

A gordura do tecido celular subcutâneo possui coeficiente de absorção óptico estimado entre 400 e 1.500nm. O coeficiente óptico de absorção do colágeno é semelhante ao da água e, portanto, tende a aumentar com o comprimento de onda.14

O gráfico 1 demonstra as curvas ópticas de absorção da gordura humana e da água (colágeno). Como vemos, os coeficientes de absorção da gordura e da água apresentam picos em diferentes comprimentos de onda.

O fator térmico é o principal causador da adipocitólise e da contração da pele. A gordura liquefeita, pela elevação de temperatura nos adipócitos, depende basicamente do total de energia acumulada no local do tratamento.14,15 Portanto, visto que o resultado da lipólise e do estímulo às fibras colágenas depende da quantidade de energia térmica acumulada no tecido, alguns trabalhos sugerem o monitoramento da temperatura durante a laserlipólise.16

A temperatura externa deve permanecer entre 40º e 42º Celsius não só pela maior efetividade, mas também com o objetivo de evitar queimaduras devidas ao excesso da temperatura.17 A temperatura interna deve atingir de 48º a 50º Celsius para provocar a adipocitólise irreversível e a desnaturação do colágeno adjacente com consequente estímulo à neocolagênese.18

Estudos histológicos confirmam os benefícios clínicos da passagem do laser, como a destruição das células de gordura, remodelamento do colágeno e coagulação dos vasos sanguíneos e linfáticos.3,16,17,19

Adipócitos tumescentes foram observados com o emprego de baixa energia do laser, enquanto o uso de alta energia demonstrou retração citoplasmática, membranas destruídas e coagulação das fibras colágenas e sanguíneas; e quando a energia utilizada foi ainda mais alta, visualizou-se carbonização do tecido gorduroso, envolvendo fibras e membranas.20,21

Diversos tipos de laser com comprimentos de ondas distintos foram utilizados na laserlipólise. Efeitos fotoacústicos, fotomecânicos e fototérmicos são mecanismos teóricos de ação do método.5

Independentemente do comprimento de onda utilizado, porém, o dano térmico provocado pelo calor parece ser o responsável pelos efeitos benéficos do método.20 Em 2008, Mordon e cols. descreveram um modelo matemático para laserlipólise com laser diodo de 980nm e com laser Nd:YAG de 1064nm. O estudo sugere que o calor atingido, em função da energia acumulada, seria mais importante do que o comprimento de onda utilizado na redução da gordura e promoção da retração da pele.18

TÉCNICA

A laserlipólise é procedimento realizado ambulatorialmente, sem necessidade de internação hospitalar. Deve ser solicitada investigação laboratorial com hemograma completo, coagulograma, perfil hepático, eletrólitos, beta-HCG para as mulheres em idade fértil e sorologias para hepatite B, C e HIV.5

Fotografias prévias e marcação das regiões de tratamento devem ser feitas com o paciente na posição ortostática. Em sala cirúrgica ambulatorial, realiza-se anestesia local tumescente através de incisão de 1-2mm. Uma microcânula de 1mm contendo a fibra óptica do laser é então inserida no plano subcutâneo e movimentada para frente e para trás, paralelamente à superfície, na velocidade média de 5cm/s de 10 a 15 vezes em cada área.4

Uma luz emitida pela ponteira do laser guia o procedimento por transparência da pele (Figura 1). Durante o procedimento, uma das mãos move a cânula, e a outra fica sobre a superfície tratada com a finalidade de imobilizar o tecido durante a movimentação da cânula, perceber a temperatura local e pinçar a pele para avaliar o amolecimento do subcutâneo.

Após a passagem do laser, em geral, a gordura liquefeita é aspirada com cânula de pequeno diâmetro, sob pressão negativa. Em alguns casos, é realizada apenas drenagem manual. Nas áreas de tratamento exclusivo da flacidez não há necessidade de aspiração.

Antibióticos e analgésicos são prescritos, e os pacientes são orientados a utilizar malhas de compressão específicas para cada região tratada durante período de 15 a 30 dias, assim como aconselhados a evitar exposição solar durante um mês. Atividades físicas não devem ser realizadas durante uma semana, e indicam-se sessões complementares de fisioterapia. Os pacientes devem ser seguidos no primeiro e terceiro mês pós-operatório para avaliação dos resultados.

COMPRIMENTOS DE ONDA UTILIZADOS

O desenvolvimento de lasers com outros comprimentos de onda sugere que existam comprimentos mais específicos para os cromóforos gordura e colágeno, ainda sem comprovação científica. Os diversos tipos de laser utilizados em laserlipólise são apresentados na Tabela 1.

Não existe consenso, entretanto, em relação ao comprimento de onda melhor e mais específico para a laserlipólise, uma vez que, como já visto, os coeficientes de absorção da gordura e do colágeno apresentam grande variabilidade em relação a esse parâmetro.

Nos últimos anos, surgiram lasers com dois ou três comprimentos de onda associados, na tentativa de otimizar os resultados.

Wassmer e cols., em 2010, compararam lasers com diversos comprimentos de onda (920nm, 980nm, 1.064nm, 1.320nm e 1.440nm) e concluíram que a penetração tecidual entre os comprimentos de onda 900 e 1.320nm foi a mesma, em torno de 1,5mm. O volume de gordura destruída foi semelhante nos comprimentos de onda 920nm e 1.320nm. Em cada 4cm3 de gordura derretida, a energia acumulada média utilizada foi de 3.750J.14

Tark e cols. apresentaram resultados lipolíticos superiores com o laser Nd:YAG de 1.444nm em comparação ao de 1.064nm, em pele de porco.22

Weiss e Beasley estudaram em 19 pacientes os efeitos do laser com dois comprimentos de onda, 924nm, específico para gordura, e 975nm, específico para colágeno, com 100% de bons e excelentes resultados.23

Reszko e cols. concluíram que o laser Nd:YAG de 1.320nm provocou maior coagulação dérmica em relação ao laser de 1.064nm.1

DiBernardo e cols. avaliaram e compararam os efeitos dos lasers de 1.064nm, 1.320nm e a associação 1.064/1.320nm sobre a gordura localizada e o colágeno dérmico, e concluiram que o dano histológico associou-se à temperatura alcançada independentemente do comprimento de onda. Sugerem que temperaturas externas superiores a 42o Celsius estão associadas a danos epidérmicos indesejados.16

Em estudo semelhante, Woodhall e cols. avaliaram comparativamente os efeitos dos lasers Nd:YAG 1.064nm, 1.320nm e o equipamento com a associação 1.064/1.320nm, tendo este último mostrado resultados clínicos superiores.24

INDICAÇÕES E APLICAÇÕES

As principais indicações da laserlipólise são a remoção de gordura localizada resistentes a exercícios físicos e dieta, assim como a correção da flacidez cutânea leve a moderada. A melhora na definição do contorno corporal, como consequência, é o objetivo do tratamento.

Há relatos recentes na literatura sobre outras aplicações da laserlipólise, como no tratamento de lipomas, da hiperidrose axilar, da ginecomastia, da flacidez facial e da celulite.

O paciente que se encontra na faixa de normalidade do índice de massa corpórea (IMC) constitui o perfil ideal para o tratamento. Ele deve ser bem informado quanto à técnica e ao tempo necessário para obter os resultados esperados, que ocorrem em geral três meses depois do procedimento.12

Preferencialmente, deve estar abaixo dos 60 anos, sem doenças cardiovasculares descompensadas, hipertensão, diabetes ou doenças hepáticas. Anticoagulantes, anti-inflamatórios ou medicamentos que alterem a metabolização da lidocaína são contraindicados.5

Gordura localizada e flacidez leve a moderada

O tratamento da gordura localizada para melhor definição do contorno corporal constitui a primeira indicação da laserlipólise. As indicações assemelham-se, portanto, às da lipoaspiração tumescente. Entre as regiões mais descritas para a realização da laserlipólise estão abdômen, flancos, culote, região submentoniana e submandibular (papada), coxas, parte interna dos joelhos, braços e dorso.

A retração da pele associada ao uso do laser, mensurada em alguns estudos, tem levado a uma rápida expansão dessa técnica nos EUA.15,25 A experiência acumulada nos últimos anos trouxe mais informações quanto à otimização dos parâmetros utilizados, assim como quanto ao grau de melhora que pode ser alcançado.

Reynaud e cols. calcularam a energia acumulada média por região de aplicação do laser de diodo 980nm, após análise de 534 procedimentos.26 A Tabela 2 expõe os valores médios, assim como os valores mínimos e máximos aplicados em cada região corporal, para orientação do cirurgião.

Nas figuras 2 e 3 estão demonstrados os casos de três pacientes que receberam tratamento de gordura localizada e flacidez da pele com laserlipólise, com o uso do laser de diodo de 924/975nm.

Outras indicações

Ginecomastia

O primeiro estudo que relatou a laserlipólise como opção no tratamento da ginecomastia foi publicado em 2002 por Goldman e cols.3 Os autores observaram que a laserlipólise apresentou maior eficácia em áreas mais fibrosas, como ocorre na ginecomastia, em relação à lipoaspiração tradicional.

Rho e cols., em 2009, aplicaram laser Nd:YAG de 1.064nm em cinco pacientes com ginecomastia unilateralmente e compararam os resultados com o lado não tratado. A energia acumulada aplicada variou de 1.800J a 2.500J. Oito semanas depois do procedimento, houve diminuição da medida da circunferência peitoral em todos os casos. A diminuição da espessura do tecido gorduroso e mamário foi detectada por imagens de tomografia computadorizada e ultrassom.27

Trelles e cols., em 2012, realizaram estudo prospectivo em 28 pacientes com ginecomastia submetidos a laserlipólise com o laser de diodo de 980nm com bons resultados, incluindo efeito skin tightenng.28

A figura 4 mostra o resultado do tratamento da ginecomastia em paciente de nossa casuística após aplicação subcutânea do laser de diodo 924/975nm. Os parâmetros utilizados foram 18W/16W de fluência e energia acumulada de 7000J.

Lipomas

Lipomas são lesões tumorais benignas, mas frequentemente assumem grandes proporções e requerem cirurgias excisionais que resultam em cicatrizes inestéticas.

A laserlipólise como terapêutica de grandes lipomas cutâneos foi descrita em três artigos recentes da literatura. Goldman e Wollina, em 2009, avaliaram 20 pacientes submetidos a laserlipólise com laser pulsado Nd:YAG de 1.064nm seguida por aspiração. Todos os pacientes apresentaram remoção da tumoração, com quatro recidivas parciais, que determinaram nova submissão ao mesmo procedimento, com sucesso terapêutico.29

Em 2010, Saluja descreveu o uso do laser com dois comprimentos de onda no tratamento de um lipoma gigante, com cicatriz pós-procedimento de 1,5mm.30 Da mesma forma, Stebbins e cols., em 2011, apresentaram dois pacientes submetidos com êxito a laserlipólise de lipomas, sendo o maior com dimensões de 12cm x 8cm no dorso.31

Relatamos o caso de paciente submetida ao tratamento de lipoma de grandes dimensões no dorso, por laserlipólise com laser de diodo de 924nm, fluência de 20W, energia acumulada de 15.000J. A figura 5 exemplifica a lesão primária e o resultado final, um mês após duas aplicações do laser.

Hiperidrose e osmidrose axilar

Os relatos da laserlipólise no tratamento da hiperidrose ou da osmidrose axilar aumentam a cada ano. Em 2006 Ichikawa e cols. relataram o uso do laser subdérmico Nd:YAG de 1.064nm em 17 casos de osmidrose com a finalidade de ablação das glândulas sudoríparas. Doze pacientes tiveram seguimento seis meses depois do procedimento, e houve resposta boa a moderada em todos os casos. As áreas de tratamento foram divididas em quadrados de 2cm de lado, e cada região recebeu entre 200 e 300J de energia acumulada.32

Goldman e Wollina em 2008 descreveram os resultados clínicos e histológicos da aplicação do laser subdérmico Nd:YAG 1.064nm em 17 pacientes com hiperidrose de difícil controle. As áreas de tratamento foram determinadas com o auxílio do teste de iodo de Minor e receberam entre 7.000 e 20.000J de energia acumulada total. Todos os pacientes apresentaram diminuição significativa e duradoura da hiperidrose, sendo excelente em 10 pacientes. Houve recidiva dos sintomas em apenas um paciente, cinco meses depois do procedimento. A histologia de biópsias realizadas após o procedimento evidenciou necrose e colapso das glândulas écrinas.33

Kotlus, em 2011, relatou o caso de um paciente com hiperidrose axilar resistente submetido a laser subdérmico Nd:YAG de 1.320nm. A melhora foi considerada satifatória.34

Recentemente, Kim e cols. descreveram o uso de laser subdérmico Nd:YAG de 1.064nm em 29 pacientes portadores de osmidrose com seguimento clínico de 12 meses. Houve boa resposta em 19 pacientes, mas resultados insatisfatórios em 10 pacientes. Cada quadrado (de 2cm de lado) delimitado na área de tratamento recebeu de 300 a 500J de energia acumulada. Relataram três casos de queimadura epidérmica de segundo grau. Os autores só observaram melhora nos casos menos graves de osmidrose.35

Face: contorno e flacidez

Sasaki e Tevez em artigo de revisão sobre laserlipólise descreveram a aplicação do procedimento para contorno facial e corporal, reforçando a eficácia e segurança da técnica, com o laser Nd:YAG de 1.064/1.320nm.13

No continente asiático, Sun e cols. 2009 relataram um caso de adiposidade congênita da face em uma jovem de 19 anos, tratada com laser subdérmico Nd:YAG de 1.064nm com bom resultado e sem danos aos nervos periféricos.36

Holcomb e cols. publicaram casuística de 478 pacientes submetidos a laserlipólise para a definição do contorno e rejuvenescimento facial, com laser Nd:YAG 1.444nm. Obtiveram bons resultados na correção do contorno facial dos terços médio e inferior.37

Em 2011, McMenamin utilizou com bons resultados os lasers Nd:YAG de 1.064/1.319nm e 1.064/1.320nm para o contorno facial em 40 pacientes, com o objetivo de promover um efeito face-lift, à custa de skin-tightening.38

Celulite

Lipodistrofia ginoide, ou celulite, é transtorno estético usual e de difícil tratamento. Caracteriza-se pela presença de traves de fibrose no tecido adiposo e herniação dos lóbulos de gordura em direção à derme. Diversos cirurgiões observaram melhora da celulite após laserlipólise.5

Goldman e cols., em 2008, descreveram efeitos positivos da laserlipólise associada a transplante autólogo de gordura no tratamento de 52 pacientes com celulite grau III e IV de Curri.6

Em 2011, DiBernardo utilizou o laser pulsado de 1.440nm no tratamento da celulite em 10 pacientes. Foram avaliadas elasticidade e superfície da pele por meio de equipamentos específicos no pré-operatório e após um, três, seis e 12 meses. Os resultados foram positivos, com melhora da irregularidade e elasticidade cutâneas, e os efeitos permaneceram um ano após o tratamento.39

Descrevemos o tratamento de celulite grau III de Curri na região glútea em paciente de nossa casuística com laser de diodo de 924/975nm, com boa resposta clínica (Figura 6).

EFICÁCIA

A eficácia da laserlipólise é comparável à da lipoaspiração tumescente com o benefício de promover retração cutânea da área tratada.12,15,25,26,36,40,41

A Tabela 3 reúne os estudos clínicos mais relevantes realizados sobre laserlipólise, explicitando a região de tratamento, o tipo de laser utilizado e os principais resultados.

Os melhores resultados são obtidos em áreas pequenas e compactas. Bons resultados também foram obtidos na correção de irregularidades de lipoaspiração prévia.4

O efeito skin tightening promovido pela laserlipólise é o grande diferencial em relação à lipoaspiração tumescente. Apesar de alguns autores se mostrarem céticos quanto às vantagens da laserlipólise sobre a lipoaspiração,8 estudos comparativos recentes avaliaram positivamente o efeito retração com significância estatística em comparação à técnica sem o laser.

Em 2010, DiBernardo publicou estudo randomizado sobre os efeitos da laserlipólise com laser de 1.064/1.320nm versus lipoaspiração tumescente no abdômen de 10 pacientes. Cada paciente recebeu um tratamento em cada lado do abdômen e foi avaliada por investigador cego quanto à contração cutânea das áreas tratadas. Três meses após o tratamento, a retração cutânea foi estatisticamente superior (54%) no lado de aplicação do laser.41

Goldman e cols. publicaram em 2011 avaliação do efeito skin tightening em procedimentos submetidos a laserlipólise com laser 1.064nm versus lipoaspiração tumescente nos braços de 28 pacientes. Metade dos pacientes foi tratada pela laserlipólise seguida por aspiração, e os outros 14 pacientes foram submetidos apenas a lipoaspiração tumescente. Observadores independentes encontraram retração cutânea média de 11,4%, estatisticamente superior com o uso de laser.25

A taxa de satisfação dos pacientes é alta em todos os estudos clínicos publicados. A quase totalidade dos pacientes faria novamente o procedimento.10,23,42-44 Os resultados clínicos insatisfatórios decorreram, em geral, com baixa energia acumulada, elevadas expectativas dos pacientes e indicações inadequadas da técnica. Katz e cols., em 2008, relataram índice de retratamento de 3,5%, inferior ao referente à lipoaspiração convencional, em que percentual que varia de 12 a 13% dos casos requer nova cirurgia.45

SEGURANÇA E LIMITAÇÕES

A segurança da laserlipólise é bem documentada. A técnica apresenta mais segurança em relação à lipoaspiração sob anestesia geral e evidências de menos efeitos adversos do que a lipoaspiração tumescente.3,12

O menor trauma provocado pela técnica e a coagulação dos pequenos vasos parecem ser os responsáveis por menores índices de sangramento intraoperatório, desconforto, dor, equimoses e edema no pós-operatório. A liquefação da gordura após passagem do laser e a utilização de cânulas com diâmetros menores permitem aspiração mais eficaz com menor esforço do cirurgião e menor agressão ao tecido.46

Os trabalhos de Goldman e cols.3 e Mordon e cols.47 não encontraram associação entre liquefação do tecido adiposo após passagem do laser e aumento dos níveis séricos de colesterol e triglicérides. Uma possível explicação seria o colabamento local dos vasos sanguíneos e linfáticos, dificultando a absorção de ácidos graxos livres.

Em 2008, Katz e cols. apresentaram os resultados de 537 procedimentos de laserlipólise e não evidenciaram nenhum efeito adverso sistêmico. Relataram quatro casos de queimaduras superficiais e um caso de infecção local, perfazendo o índice de 0,93% de efeitos adversos.45

Yu e cols., em 2009, relataram um caso de queimadura palpebral bilateral após laserlipólise para blefaroplastia com laser de diodo.48

Em 2009, Reynaud e cols. avaliaram retrospectivamente 534 casos e não observaram queimaduras, infecções, hipopigmentação, hematomas ou edemas persistentes. Os pacientes retomaram suas atividades de rotina um dia e meio depois do procedimento. Uma semana depois, 83% dos pacientes não referiam dor ou desconforto.26

Kim e cols., em 2012, relataram três casos de queimadura após laserlipólise axilar para o tratamento de 29 pacientes com osmidrose.35 Uma das hipóteses para a alta incidência de efeitos adversos nesse estudo foi a elevada energia acumulada utilizada pelos autores (até 500J/2cm2).

A estreita faixa de tratamento compreendida entre 38-42º Celsius, em que a laserlipólise tem atuação, é fator que merece atenção. O excesso de energia em uma só área pode ocasionar queimaduras da pele, principalmente em áreas cuja derme é mais fina, como axilas, face e pescoço.5

Como é o caso de toda tecnologia que dependa da atividade humana, existe uma curva de aprendizado na laserlipólise. Os resultados insatisfatórios decorrem, em sua maioria, da baixa energia aplicada ou energia acumulada insuficiente na região tratada.

Grandes áreas de tratamento devem ser evitadas em um mesmo procedimento, uma vez que os melhores resultados são obtidos no tratamento de áreas menores e compactas.4

O tempo de tratamento, em relação à lipoaspiração tumescente, é mais longo,8 o que pode ser compensado pelo menor esforço mecânico do cirurgião, observado em diversos estudos.

Por fim, o custo elevado do equipamento pode constituir fator impeditivo para sua utilização.

PERSPECTIVAS

Os avanços e refinamentos da técnica da laserlipólise apontam para novos lasers com comprimentos de onda que otimizem a lipólise e o estímulo à neocolagênese, com menor risco de efeitos adversos.8

Os lasers mais recentemente aprovados adicionaram medidas que aumentam a segurança, com medidores de temperatura interna e sensores de movimento que evitam o excesso de energia em um mesmo local. Com isso, há diminuição dos riscos de queimaduras e equimoses.4

Além disso, sistemas inteligentes devem correlacionar a energia total aplicada à redução do volume de gordura e à desnaturação dérmica, determinando a ótima fluência requerida com o mínimo de destruição epidérmica.4

Anderson e cols. observaram que no comprimento de onda 1.210nm existe maior seletividade para gordura.49 Novos lasers podem ser assim desenhados, garantindo maior especificidade aos cromóforos.

CONCLUSÕES

A laserlipólise é opção terapêutica eficaz e segura no tratamento da gordura localizada e da flacidez da pele. É técnica em ascensão, que não se propõe, entretanto, a substituir a lipoaspiração tradicional.

As propriedades térmicas do laser são os mecanismos de ação da laserlipólise. A energia térmica liberada pela aplicação do laser diretamente no subcutâneo leva não só à adipocitólise e coagulação dos vasos, mas também à estimulação e remodelação do colágeno e elastina com o consequente efeito skin tightening.

Os estudos publicados até o momento são consistentes em apontar os benefícios de menor sangramento intraoperatório, menor desconforto, dor e equimoses no período pós-operatório, tempo de recuperação mais rápido, menor esforço do cirurgião, baixos índices de complicações e o benefício exclusivo de promover retração cutânea.

Apesar de bem estabelecida como alternativa eficaz e segura à lipoaspiração convencional, a laserlipólise é ainda técnica em desenvolvimento. Novos estudos devem ser realizados para a otimização da eficácia e segurança do tratamento.

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